Quase sem querer

Perguntavam-me por que eu gostava de você e eu dizia que não sabia. Falavam que o outro era mais bonito, mais legal, que a gente combinava mais.

Queria sempre achar explicação pro que eu sentia.

Perguntavam-me o que eu via em você e eu dizia que não sabia. Você, com esses olhos de peixe morto, nas palavras de um amigo meu. Ele ficava impressionado que eu gostava de você, mas eu não.

Já não me preocupo se eu não sei por que. Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê.

Perguntavam-me como eu gostava de você. Eu te defendia, viu? Caçava suas qualidades, falava que você não tinha culpa de nada. Quem sabe não tinha mesmo, mas, sem dúvida, foi penoso assistir, de camarote, o meu pobre cérebro se deteriorando enquanto inventava realidades alternativas, em universos paralelos, onde você me retribuía esse gostar sem explicação.

Não sou mais tão criança a ponto de saber tudo.

O fim do espetáculo foi a deixa para isso acabar. E foi quase sem querer.
Perguntam-me hoje por que eu gostava de você e eu digo que não sei. Honestamente, não sei.

Ainda estou confuso, só que agora é diferente.

Optei por não fazer alterações no que eu escrevi com lápis e papel durante a vivência do EIV.

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