Juro que não fui eu.

Você tem fogo? Eu nem fumo, mas vamos fazer uma pausa do tempo de um cigarro. Aceita alguma coisa? Um vinho? Um abraço? Uma pastilha pra garganta? Você quer dormir aqui? Não vai seguir o protocolo de se fazer de difícil? Reparou nas minhas estrias? Não reparei. É pra apagar a luz? Você quer? Eu não quero. Quer que eu coloque uma música? Melhor não. A gente não quer acordar ninguém, não é mesmo? Tem camisinha? Tenho. Você é muito bom nisso. Tem certeza que prefere a luz acesa? Tenho, mas apago se você quiser. Eu não quero. Muito calor aqui. Vou tirar esse vestido. Aquela parede parece vazia sem você. Se você não gostar de alguma coisa, você diz. Eu gosto disso. Eu também. Gosto dos nossos corpos e das nossas regras. Como vai ser depois? Hoje a gente tá tão encostado que a gente até se confunde. Mas depois, cada toque vai soltar uma faísca. Vai ser de 'quero mais' ou de desconforto? Não sei ué. Depois é depois. Agora é agora. Desligou o celular? Acho bom. Posso tomar banho aqui? Mas você trouxe escova de dente? Tem certeza que trancou a porta? A sua cama tem lugar pra mim? Posso abrir os braços? As pernas? Precisa de travesseiro ou você consegue dormir aqui no meu ombro? A gente fica junto, cada um vai pra um lado ou o que vier é lucro? De manhã a gente se beija? Pergunta se foi bom? Acho meio cafona. A minha mãe me ligou. Você quer um café? Não vai esquecer os seus óculos. Deixa que eu abro a porta pra você. Te acompanho por um pedaço do caminho. Me avisa quando chegar. Ah, vou ter que contar pra alguém. A gente se fala mais tarde?
Diz aí, a sua cama tem lugar pra nós dois? A minha tem.

Comentários

Postagens mais visitadas