Rei Roberto.

"Eu te amo. Esqueci de mandar isso na mensagem anterior." Foi com essa mensagem que eu percebi algo muito importante que tem uma consequência muito séria: Meu pai é muito romântico e minha noção de romantismo é muito distorcida.
Comentei, no dia que fiz o primeiro rascunho deste texto, sobre um episódio marcante da minha vida amorosa com duas amigas. Estávamos eu, Jabi e Bruna almoçando quando a Bruna falou:
- Olha que bonitinho, um casal de óculos.
Minha amiga tinha visto um menino que usava óculos de mãos dadas com uma menina que usava óculos, ou seja, um casal que usava óculos, enquanto eu imaginei um casal de óculos, literalmente. É, dois óculos, um de menina e um de menino, em cima de uma almofada vermelha.
Algum tempo se passou e eu criei a teoria de que eu imaginei dois óculos porque gostava de assistir um curta da Disney protagonizado por um casal de chapéus. E se os chapéus podem se apaixonar, por que os óculos não poderiam? E pior, por que eu não poderia?
Sempre fui uma princesa para o papai e sempre curti os contos de fadas. Agora, depois de velha, não curto mais tanto a Branca de Neve e a Bela Adormecida, porque né, elas só se apaixonam e esperam até que o príncipe as salve. Mas pensando bem, se apaixonar já é uma coisa meio difícil, e o que podemos fazer quando o cara simplesmente aparece do nada pra nos 'salvar'?
Ainda nessa onda de Era uma vez, é muito errado querer um príncipe? O meu pai, muito liberal, disse que se for pra eu arranjar alguém, tem que ser um príncipe ou uma outra princesa. E aí, hoje em dia, o que define quem é da realeza?
Primeira dica: príncipes têm defeitos. Porque né, todo mundo tem. Segunda dica: príncipes têm ex-namoradas. É a vida.
Devemos lembrar, ainda, de outro fator que influencia a nossa escolha por um dos príncipes: aquele tal de amor verdadeiro.
Nos filmes, é aquilo que te leva a sair cantando com outra pessoa, dar oi para todo mundo que encontrar na rua ou usar uma roupa colorida. Esse diabo de amor verdadeiro fez a Fiona virar ogra. Na vida real, o amor pode te levar a casar e esse casamento pode durar 19 anos (dia 30 hein, pai) bem como pode te deixar esperando no frio do CFM.
E pode ser por amor que uma primeira pessoa escreve sozinha, enquanto usa um casaco da segunda pessoa, mas lembrando da terceira pessoa que deu outro casaco para uma quarta pessoa e não deu para a primeira porque ela não pediu.
Parece contradição, mas às vezes é por amor que uma pessoa deixa de acreditar no amor. 'Falando sério, é bem melhor você parar com essas coisas de olhar pra mim com olhos de promessas e depois sorrir como quem nada quer.' Quero um romance, meu amor, e não um drama.
Então de novo eu vou para o assunto que me persegue: a chance. 'Você não sabe, mas é que eu tenho cicatrizes que a vida fez. Eu tenho medo de fazer planos, de tentar e sofrer outra vez.'
- Carol, você tem que escolher bem pra quem você vai dar o seu coração.
Mãe, vou segurar o meu coração aqui no lugar, mas a chance eu vou dar.
Vai que eu tenho sorte e esse tal de amor acaba funcionando?

Comentários

  1. Se o rei é o Roberto é só achar o filho dele :B e viver feliz para sempre!

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  2. Eu não entendi a parte do "agora, depois de velha"...

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