Como se eu fosse sua

Vou escrever sobre aquela vez que dançamos valsa. Vou colocar um trecho do Danúbio azul, mas você tem que prometer que vai tentar ler no ritmo. Mesmo que a gente nunca tenha dançado valsa, você pode ler como se fosse pra você. Vou lembrar de quando estivemos em Viena, das rosas e dos homens vestidos de Mozart. E mesmo que você nunca tenha pisado na Áustria, tenha uma alergia fortíssima ao pólen das flores ou nem goste tanto de música clássica assim, não precisa se preocupar, pode ler sem medo, como se fosse pra você.
Eu vou cantar aquela música do Nando Reis que eu gosto. E mesmo se você não morar num andar 12 do bairro das laranjeiras, saiba que eu tô cantando pra você. Vou fazer um poema sobre seus olhos azuis, mas mesmo se os seus olhos forem verdes, castanhos ou daquela cor meio cinza que eu acho tão bonita, leia cada rima como se fosse pra você.
E eu vou inventar histórias complexas, brigas intermináveis e reconciliações ultrarromânticas. Beijos no frio e debaixo de chuva, madrugadas em claro numa cama de solteiro, regadas a vinho, gemidos e admiração de coxas. Então, mesmo que a gente não brigue, durma cedo em cama de casal, mesmo se acabar dando sol na quarta-feira e a gente tomar cerveja, não se preocupa, pode ler todas as histórias como se fossem suas.
Enquanto eu tentar escrever o meu amor, meu amor, pode ler sem medo,
como se fosse todo seu.

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