Não caio mais.

Já tá passando Jô e eu ainda estou acordada. Deveria estar estudando, ou deveria estar dormindo, mas tem algo aqui que me incomoda. E vou confessar de uma vez: quem me incomoda é você.

Com seus olhos castanhos, seu sobrenome italiano e seus pais separados que me deram a doce ilusão de que você seria mais ~sensível~.
Sensível é o cacete.

Mas a culpa não é sua. Não estou aqui pra te julgar. Só pra dizer que incomoda. Incomoda esse orgulho, esse não dizer que eu sou única, especial, diferente, peculiar ou o que você quiser. Incomoda esse nada que a gente tem agora. Esse vão.
E não vou pedir desculpa por isso. Sou assim meio doida, meio sensível e meio contraditória. Não gosto dessas coisas mal resolvidas, mal faladas, mal interpretadas e mal acabadas.

Então aqui vai o papo reto. Faz uns dois meses que eu celebrei o dia de esquecer você. Contraditório, eu sei, mas foi assim. Foi a última noite de amor da gente. Na verdade, foi só minha, porque eu estava sozinha, mas foi a última vez que eu 'celebrei' pensando em você, se é que me entende.

Quem sabe você nem ligue pra isso. É muito provável, na verdade, que não ligue. Que venha me dizer:
- Pra você que me esqueceu, aquele abraço!
Esquecer eu não esqueci, né. Podia dizer que superei, mas superar é uma palavra muito forte, para quedas de verdade, e isso foi mais como um tropeço. Então digo que celebrei. Como celebra-se o ano novo. Celebramos de formas bem parecidas cada ano, embora um ano seja diferente do outro. E mais importante, não celebra-se o mesmo ano novo mais de uma vez.
Podem dizer que é rancor, que é mentira, que é raiva. Podem dizer, mesmo, mas nessa pegadinha eu não caio mais.

Celebre-me também, se quiser.
Boa sorte, aquele abraço!


2am and I'm still awake, writing a song. If I get it all down on paper, it's no longer inside of me, threatening the life it belongs to.
- Anna Nalick

Comentários

Postagens mais visitadas