Maria de saia plissada.

Quem vive de princípios não tem meios nem fins. Vovó tem facebook, de dia Deus tá vendo, tá na hora de me censurar?
Tem que censurar pra ser certinha e, por ironia, censurar pra não ser. Censurar porque os exs podem olhar, censurar porque os futuros certamente vão olhar.
Censurar pensando no que vão pensar. Quando o bom é escrever descontroladamente. 
Porque, afinal de contas, uma menina que rouba uma saia tamanho 16 da irmã mais nova não tem a menor vergonha na cara.
Muito prazer, Helena, mas aceite também como Carolina. Aceite como Maria, Clarice, Rebeca, o que vier. Aceite com suas valsas e sertanejos. Aceite com sua chatice e com toda sua doçura. Aceite se ela for cafona e gostar de flores, mas também se ela for alérgica. Aceite se seus signos não combinarem, aceite se não for como o esperado. Aceite a menina com sua saia plissada roubada e não tente censurá-la, porque pode ser pior, acredite.

Me nego a viver em um mundo ordinário como uma mulher ordinária.
A estabelecer relações ordinárias. Necessito o êxtase. Não me adaptarei ao mundo. Me adapto a mim mesma. 
Anaïs Nin