A casa de todo mundo.

- Sabe o que a Rita disse para mim?
- O que?
- Que essa casa aqui é de todo mundo.
Rita, minha prima de três anos de idade, referia-se à casa onde moram meus pais e minha irmã. Eu moro aqui também nos feriados e nas férias. Enfim, ela estava falando sobre essa casa azul de esquadrias brancas, localizada em uma rua sem saída, cujo telhado precisa há muito tempo ser lavado e que já abrigou várias tentativas frustradas de jardins. Por algum motivo que eu desconheço, muita gente gosta dessa casa.
Já ouvi amigos meus falarem que tem sorte quem fizer parte da minha família. Minhas amigas parecem sempre preferir fazer o encontro com pizza aqui em casa. Os vizinhos volta e meia aparecem para tomar café. E a Rita chora na hora de ir embora.
Um dia perguntei para a minha mãe o que, na opinião dela, atraía tanta gente pra cá. Ela disse que era o amor. E deve ser mesmo, pois a risada estanha que herdei do meu pai é que não deve ser, nem os nossos gritos de 'Socorro' ao recebermos um ataque de cócegas, muito menos as buscas por saca-rolhas desnecessários, ou o fato de sabermos todas as músicas de filmes da Disney de cor (e cantarmos em dias aleatórios).
Então, não importa o que tem aqui, contanto que continue sempre aqui.

Comentários

  1. É muito bom saber que as pessoas que nós gostamos gostam quando estão na nossa casa.
    Algumas de suas amigas, quando eram crianças também choravam na hora de ir embora.
    Nós nos amamos e isso é bom pra nós e também pra quem frequenta a nossa casa.
    Tomara que essa alegria viva conosco por muito tempo ainda.

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