pra traduzir pro húngaro

 Ok. Sete e vinte e sete da noite é uma boa hora. Voltamos pra casa eu e a Leila. No passeio outra cachorra selvagem quase arrancou uma página do meu caderno. Está quase toda destacada do espiral, ficou só pela pontinha. É a primeira página de um escrito chamado 'Leão' que não será acessado agora, a menos que algo saia de maneira inesperada.

 Final de semana passado eu fiz trilha e nesse eu vou pra Budapeste visitar minha irmã. Já pensou? Tô nessa onda faz uma semana. Foi uma semana intensa demais. Sábado passado eu vi uma coruja e hoje eu vi outra. Sinal de sabedoria? Duas queridas. A foto de hoje não ficou muito boa então preciso pintar assim com palavras. Noite recém chegada, Lua quase cheia. Começo de verão na ilha da magia e eu tenho que sair de calça porque ainda to descascando do torrão da trilha.

 A gente faz arte pra poder viver duas vezes, não é? Pra sentir gosto de vida porque esse gosto não é trivial. Não vem de graça. Eu passei por duas mortes essa semana e talvez por isso eu esteja precisando tanto parir algo que me dê esse gosto. Por isso que eu vou visitar a Nati.

 Eu vou dançar com a Clarice num parque e eu vou assistir a bons shows, como todos querem fazer nesse ano maluco. Olha que eu nunca fui muito de show, mas pra te conhecer eu iria.

 O Carlos tá até com ciúme, é muito gostoso, mas estou sozinha na viagem do caderno de húngaro. Uma viagem de palavras e eu tenho fé que ele vai gostar.

 Escrevemos para deixar eterno. Ou em outras palavras, escrevemos para existir. Eu não quero ser atemporal.

 O Matheus falou que meu último escrito tinha um gosto bom de retrato. Faz calor. Eu escolho a minha dançante playlist latino americana para te terminar. Que me perdoem os gringos. A Duda também vai gostar desse retrato. Vou deixá-lo exposto na praça da Sé.

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