eu poderia morrer agora

o último eu chamei de universo. esse terá um título mais finito e menos verdadeiro. eu geralmente não penso na morte quando estou triste, eu penso quando estou feliz. e na verdade nem penso tanto nela em si quanto na sua palavra. desde que eu assisti the good place, ela passa mais tranquila na minha cabeça, apesar de eu ter chorado muito com a despedida. a vida é uma onda que, quando quebra, devolve água pra água mas ela nunca deixou de ser água, ela só teve forma de onda. e eu assisti e depois pensei ter visto a obra de hokusai na ngv [national gallery of victoria pra quem não sabe eu viajei pro outro lado do mundo ok foi um sonho mas foi real] mas não tenho fotos que comprovem que eu realmente passei pela famosa onda. e na verdade eu não lembro se a vi ou se só vi no cartaz da parte de oriental art. eu lembro que queria ver e corri pela sessão procurando. eu não gosto de correr em museu e depois não lembrar, mas na real cansa muito e de tarde eu queria participar de um tour guiado pela parte de obras australianas - que inclusive eu participei, foi bem legal, só tava eu e o guia - e eu ainda tinha que comer. eu lembro da pizza que comi olhando o yarra river e prestes a conhecer o john brack. quando eu me toquei que não lembrava mais se tinha ou não visto a onda, me veio uma paz inexplicável porque a vida é isso.

eu to procurando motivos pra viver desde que tive que escutar de uma criança que ela ia morrer de qualquer jeito. quando o papo era sobre se prevenir de uma doença que tá tomando o planeta e doendo em alguns corações.

doendo em alguns bolsos porque direitos e oportunidades são diferentes, mas o ser humano tem algo de comum e de bonito. meu deus, menina, tem podridão demais pra você ver ainda, por isso eu quero ensinar resistência e bondade. há motivos pra viver, confie.

tem alguns humanos que dificultam mas eu gosto de humanidade.

o que me veio pra responder a menina foi: arte, pessoas e conhecimento. viagens nesse momento só em livros ou fotos ou cartas de amor. cada um na sua onda, hoje não se tem pressa de arrebentar.