Amantes. Cinzas.

Agora que nós somos dois amantes cinzas
Agora que o carnaval passou
Agora que nós somos duas partículas
Colombina e Pierrot
Samba sou.

Foi um convite inesperado. Quem sabe um beijo inesperado. Mas o coração dela não bateu e a Terra não se moveu além do esperado. Não sei o que houve, nem entendi o que aconteceu depois. Tive que ouvir dos amigos que, quem sabe ela não recebeu a mensagem, quem sabe ela tá sem créditos, quem sabe ela tá tomando banho, há uma semana. Quem sabe ela tá na rua ouvindo o lepo lepo loucamente, não escutou o celular tocar. Quem sabe ela não está mais tão louca por mim. Ah, mas ela já foi, não estou sendo esnobe, eu juro. Ela é um tipo peculiar de pessoa. Peculiar no melhor sentido. Na minha teoria, ela nasce quando o universo quer fazer poesia. Fica até difícil não gostar dela. Mas acho que eu estraguei a porra toda - com o perdão da palavra - pois agora, agora ela tá tão solta, tão livre. Eu que devia ter entendido antes. Uma poesia assim, como ela, não pode ser guardada pra si. Eu não conseguiria, e nem seria certo. Mas eu desejei, mesmo que por um tiquinho de tempo, ela pra mim. Só um versinho, que fosse. Mas chegou o carnaval, ela não desfilou e eu aceitei. Aceitei que ela foi feita pra ser poesia. E eu, para gostar de poesia.

Não aprendi citações nas normas da abnt. O trecho de cima é do Carlinhos Brown.

Comentários

Postagens mais visitadas