Era um bar de rock

Era um bar de rock. Não sei se era o novo agitado do calçadão, o alternativo ou o pequeno e proibido para menores da rua de paralelepípedos, mas era rock.

Ter que vê-la assim, sempre tão linda. Eu sei que eu não sou quem ela sempre sonhou, mas vou (re)conquistar o seu amor todo pra mim.

Eu pedi uma cerveja, ela pediu uma música. E quando tocou, ela disse:
- Adoro essa música, vou dançar.
Nesse momento eu percebi o quão sutil é a diferença entre 'Adoro essa música, vem dançar' e 'Adoro essa música, vou dançar'. Não lhe digo o que fazer e ela não faz pra me agradar.
Mas não é só isso, claro. Não adianta nem lhe procurar em outros timbres, outros risos.

Mais uma dose? É claro que eu tô a fim. E entre uma dose e outra, tomei uma dose dela. Como diria Cazuza, você tem exatamente três mil horas pra parar de me beijar. Meu bem, você tem tudo, tudo pra me conquistar.
Tudo.
Mas eu só preciso de raspas e restos.

De saia, de shorts ou de vestido, mas depois de conversar sobre política, futebol, religião e poesia, consegui pegar naquela coxa. Preciso confessar, senti celulite, mas eram tão macias que regaram minha fértil imaginação para o resto da noite.
Da semana.
Da vida.

Quando o sol chegar e o sonho acabar, não precisa ir embora. Pode ficar mais um pouco aqui na minha cama comigo. Com você eu durmo pouco, acordo cedo. Levo café na cama.
E fico devaneando sobre você. Nosso encontro, os beijos e nossa vida juntos.
Me chama de maluco, não me importo.
Jogado aos seus pés. Com mil rosas roubadas, exagerado.
Só porque adoro. Adoro esse tempo, isso que dá no peito. Mais puro do que o amor, é uma angústia, uma vontade.
Que sempre vale a pena.

Não conheço tanto rock quanto eu gostaria e me apaixonei por 'Por que que a gente é assim'. Sem mais explicações.

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