Los Hermanos, Chico Buarque e Lulu Santos.

Sabe aquela sensação de saudade que bate quando alguém se afasta de você? Ou aquela insegurança, aquele medo meio triste de ter levado um fora? Pior ainda, conhece aquele grande mar de Negresco onde o único som que se escuta é você dizendo para a sua mãe que vai largar tudo e voltar pra casa?
Obrigada por ter me tirado de lá. Duas vezes.
Obrigada por não me deixar sonhar com ele. Pelo menos não só com ele.
E nem sei por que você faz isso. Só por existir e esbarrar comigo na hora certa. Talvez você seja o meu amor platônico. Paixão pra toda vida. Talvez seja um refúgio que eu mesma criei para me livrar das situações já descritas. Talvez a gente seja uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer. Talvez eu te ame calado, como quem ouve uma sinfonia. E ache melhor parafrasear Lulu Santos a Chico Buarque. Afinal, o que será que será?
Mas, sim, venho até remoçando e me pego cantando sem mais nem por quê.

De onde vem o jeito, tão sem defeito, que esse rapaz consegue fingir? Olha esse sorriso, tão indeciso. Tá se exibindo pra solidão. Não vão embora daqui. Eu sou o que vocês são. Não solta da minha mão. Não solta da minha mão.
E-eu não vou mudar, não. Eu vou ficar são. Mesmo se for só. Não vou ceder. De-eus vai dar o aval, sim. O mal vai ter fim. E no final, assim, calado, eu sei que vou ser coroado rei de mim.

E pela primeira vez eu ouvi de verdade as flautinhas do final da música, a batida e a genialidade de Los Hermanos.
Mas isso foi antes de te ver. Ainda estava pensando nele. Porque eu tenho essa péssima mania de continuar apaixonada mais tempo do que deveria. Por você, ainda mais tempo. Não sei quando vai acabar, mas já cheguei a escrever que foi um amor sem começo e nem fim. Que dure, então, esse durante.

Eu gosto de exagerar. Melhor do que sentir pela metade. Interprete como quiser.

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