22/02

Tiro os sapatos antes de chegar em casa pois os sapatos que aguentaram o dia não merecem subir três andares de escada, e muito menos os pés. Minha pele toca uma roupa que não é minha. Um pedaço de pano costurado vira recurso olfativo para o relaxamento esperado. E preciso relaxar logo porque as teclas não vão se teclar sozinhas, eu penso. E escrever tensa é um martírio. Algumas vezes necessário e outras feito por teimosia, com seríssimos efeitos colaterais.
Minha escrita tem o problema de que o sangue lhe sobe ao parágrafo e ela faz coisas por impulso, depois me fica implorando perdão. Porque ela é sanguínea igual à mãe dela, isso sim. Mas muito mais assertiva e - tudo bem que sou suspeita pra falar - evoluindo. Sempre disposta a ajudar e aprendendo a reconhecer seus momentos em que o melhor é não atrapalhar.
Ama tanta gente que você nem desconfia. Tem uma imaginação que lhe fornece duas doses de adrenalina a mais do que o necessário. Dá quanto quiser do seu corpo, divides ainda sua alma. Fica arrepiada quando te vê, igual à lagoa quando encontra o vento sul. Gosta de me encontrar seja qual for a hora e lugar.  Do calor da tarde até o chover da noite de fim de verão, até o sorrir da primavera. Da baía norte até a praia de Naufragados.
Sai pra dançar, toma chá, assiste filmes, lê o que consegue, brinca quando pode. Cansada, descansa como todos nós. Minha escrita me dá boa noite. A gente se vê por aí.

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