O Sexo.

Foi um amor tão rápido que não teve nem começo e nem fim, só teve meio. Ou, pelo menos, é só disso que me lembro. Me lembro da animação que senti quando você me convidou pra sair. Ah, isso nem conta como começo, pois já estava muito perto do fim. Lembro que foi um convite meio besta, bem despretensioso, daqueles que não valem um cigarro. Lembro dos seus cigarros. Foram cinco ou seis?
Lembro de um cheiro bom, da minha carência, da minha vontade de você, da minha urgência por você. Ah, você. Me fez negar que estava apaixonada. Logo eu, que sou quase transparente. Todo mundo percebeu, menos eu.
Lembro que a caminhada até a minha casa demorou uma eternidade, mas eu nem senti. Acho que eu teria andado três eternidades com você, se preciso fosse. Eu com o seu casaco, você andando pelo lado dos carros da calçada. Quem sabe a gente andava até a sua casa. E aí quem sabe você me pegava de jeito, me botava contra a parede e, bom, você sabe.
Ok, nesse ponto eu posso admitir estar apaixonada.
Merda.
O fim? Se houve, não lembro. Lembro de pensar muito em você. Lembro de querer você e ter vergonha, ou ter medo, e simplesmente não ter. Ah, meu querido, e pensei em você por tanto tempo, mas tanto tempo que você nem sabe. E ainda, depois da cara que passou, ainda sinto uma coceira que não sei de onde vem só de trazer você pra memória.
Então, desculpa pelo nosso caso que já nasceu morto, pelo nosso durante que não teve nem antes e nem depois. E, por favor, me desculpa por te querer tanto. Juro que não consigo evitar.

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