círculo máximo dos meus amores.

Começo pelo lugar. A imagem. O pedaço de trilho de trem atrás da minha antiga escola, que dá no estacionamento do posto de saúde da avenida e que a gente atravessava depois de almoçar na escola para ir à catequese.

A gente, eu quero dizer eu e meus amigos de escola, mas eles não frequentam essa imagem aqui. Bom, tem um que aparece mas é só de vez em quando, eu juro. Isso você não pode dizer pro meu marido. Eu nem posso falar que você está aqui, e na verdade nem seria necessário, só mesmo dessa forma escrita, não que ele precise saber, eu que preciso contar.

Pra esse pedaço de trilho de trem, lá em Jaraguá, é que eu vou te levar, porque é lá que eu imagino o círculo máximo dos meus amores.

Mas fique tranquilo, é de noite, a catequese terminou faz anos e a escola já foi até demolida. Além do mais, aqui é só uma parada entre um rolê e outro. Vamos encontrar um pessoal massa, você vai ver.

Trata-se de um grupo não muito grande, seleto de espíritos que me inspiram a sentir alguma coisa. Uma vontade de costurar palavras, de escrever beijos. Os homens, alguns se parecem com você, mas não sei se algum dança. Já fiz alguns dançarem uma vez ou outra, mas não foi assim, tão cuidadosamente entre as palavras... como eu e você agora. 

Mas aqui é só uma parada, gato. Eu nem sei se você vai fazer parte deste clubinho.

O trem passou e nós fomos. Nós dois, um batom vermelho e uma noite bonita. Uma cerveja, uma música romântica. O corpo é mágico, né? Desculpa que eu perdi o passo, é que você tá muito cheiroso e é difícil assim me segurar. Muito clichê? Meu bem, eu nem ligo. Por mim a gente vai pra cama entre essa linha e a próxima só pra fazer graça. E é bom. 

Se fosse pra escrever romance elaborado eu não escreveria você. Isso aqui é muito mais uma vontade de usar o título e a imagem do que uma história de amor propriamente dançada.

Mas se fosse pra dançar, ah, eu ia querer dançar com você.

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